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Hélio Liborio

Rússia ameaça “guerra nuclear” se Ucrânia e OTAN tentarem reconquistar territórios: um alerta apocalíptico

Assessor de Putin avisa risco de conflito nuclear se Kiev, com apoio da OTAN, tentar recuperar áreas ocupadas pela Rússia.

Um assessor do presidente russo, Vladimir Medinski, em tom grave, afirmou nesta segunda-feira (9) que a Rússia estaria disposta a iniciar uma “guerra nuclear” caso a Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tentem retomar por meios militares os territórios atualmente sob controle russo. A declaração, divulgada pela agência Tass e repercutida por veículos como G1  , eleva a tensão geopolítica a níveis jamais vistos desde o início do conflito.


“Paz verdadeira” ou extinção global

A principal exigência russa é clara: não basta um simples cessar-fogo, Medinski fala sobre uma “paz verdadeira” que implicaria no reconhecimento da soberania russa sobre cerca de 20% do território ucraniano — incluindo áreas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia, Kherson e Crimeia  .
Mesmo que Kyiv e aliados occidentais optem pela prudência, qualquer tentativa de retomar essas regiões poderia “será o fim do planeta”, alertou o diplomata, num recado direto à OTAN.
Tais declarações explicitam a estratégia russa: apresentação de ultimatos que tentam dissuadir qualquer iniciativa de reconquista militar.


Doutrina nuclear e linhas vermelhas

Embora o assessor defina claramente o risco nuclear, a retórica russa é fundamentada em sua própria doutrina estratégica. O uso de armas atômicas está ampliado no arsenal da Rússia desde 2022 e vem sendo reiterado como uma “linha vermelha” para ameaças à integridade territorial nacional.
Tais abordagens, segundo analistas, visam enfraquecer a determinação ucraniana e semear divisão entre os países da OTAN.
Rastros dessa estratégia estão evidentes na escalada da retórica, que alterna entre chantagem geopolítica e afirmação de poder.


Troca de prisioneiros sinaliza esperança

  • No mesmo dia, um gesto humanitário antecipa uma via diplomática possível: Rússia e Ucrânia concluíram uma troca de prisioneiros consistente com rodadas anteriores — 1.200 detentos daqueles com menos de 25 anos ou gravemente feridos .
    Segundo Zelensky, o processo continuará em etapas, com foco em aumentar a confiança mútua.
    Apesar do clima ameaçador nas conversas diplomáticas, este gesto conjunto revela que medidas humanitárias ainda encontram espaço no tabuleiro da guerra.

Riscos crescentes e cenário global As declarações de Medinski reacendem uma preocupação antiga: o risco de escalada nuclear, já debatido por especialistas desde o início da guerra em fevereiro de 2022
A insistência russa em manter o controle sobre vastas áreas ucranianas complica qualquer perspectiva de negociação com base na integridade territorial.
Por sua vez, a OTAN tem evitado confirmar envolvimento direto, mantendo o apoio militar à Ucrânia dentro dos limites estratégicos. No entanto, o nervosismo entre aliados, especialmente na Europa, cresce dia após dia.