
A guerra se traveste de tecnologia, mas continua primitiva na sua essência. Mísseis sobrevoam o céu de Tel Aviv, respostas cruzam o deserto em direção a Teerã, e a humanidade, mais uma vez, assiste ao espetáculo da destruição com a mesma perplexidade de sempre. Israel e Irã protagonizam mais um capítulo de uma escalada previsível, dolorosa e perigosa. No lugar do diálogo, o som das sirenes. No lugar de soluções, a retórica beligerante.
A população civil, inevitavelmente, é a moeda de troca. Crianças em abrigos, famílias em alerta, cidades em suspenso — tudo isso se repete com uma frequência que desafia qualquer esperança. De um lado, líderes que calculam seus movimentos como se jogassem xadrez com vidas humanas. Do outro, uma comunidade internacional que se limita a notas de repúdio e frases protocolares, como se a contenção do caos dependesse apenas da semântica diplomática.
O mais grave é perceber que o conflito não está restrito a fronteiras geográficas. Ele transborda em discursos polarizados, nas redes sociais, nos interesses geopolíticos ocultos. As nações assistem, opinam, tomam partido, mas esquecem que na guerra não há vencedores, apenas sobreviventes. Se a história é escrita com sangue, 2025 está se tornando mais um capítulo escuro. E quando a diplomacia falha, resta torcer para que o bom senso não seja o próximo alvo.
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