Hélio Liborio
Hélio Liborio

STF mantém julgamento de Carla Zambelli por invasão ao sistema do CNJ

Alexandre de Moraes rejeitou pedido da deputada Carla Zambelli para suspender julgamento no STF, que já conta com maioria pela condenação por invasão ao sistema do CNJ e falsidade ideológica.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para suspender o julgamento que apura sua participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão mantém o andamento do processo, que já conta com maioria pela condenação da parlamentar por crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.


Pedido de suspensão negado

A defesa de Zambelli solicitou a suspensão do julgamento com base em requerimento do Partido Liberal (PL) à Câmara dos Deputados, buscando barrar o andamento do processo. O argumento era de que os crimes atribuídos à deputada seriam semelhantes aos do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que teve parte das acusações suspensas pela Câmara por supostos crimes cometidos após o início do mandato atual.

No entanto, Moraes destacou que, no caso de Ramagem, a suspensão só é válida para crimes praticados após a diplomação, o que não se aplica à situação de Zambelli, já que os crimes atribuídos a ela teriam ocorrido antes da diplomação para o atual mandato.

Além disso, o ministro ressaltou que o julgamento está em fase final, o que impede qualquer tipo de intervenção da Câmara.


Acusações e investigação

Zambelli é acusada de, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, invadir e adulterar documentos no sistema eletrônico do CNJ. A investigação aponta que a deputada teria comandado e ajudado no planejamento do ataque cibernético, que resultou na inserção de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

A Polícia Federal concluiu que documentos apreendidos com Zambelli correspondem, integral ou parcialmente, aos arquivos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ, o que comprova sua participação no ataque. Delgatti confessou os crimes e afirmou ter recebido cerca de R$ 40 mil para tentar invadir os sistemas do Judiciário.

A Procuradoria-Geral da República denunciou Zambelli como mandante do crime, e a Primeira Turma do STF já formou maioria para condená-la a 10 anos de prisão e à perda do mandato.


Votação no STF

Até o momento, quatro ministros da Primeira Turma do STF votaram a favor da condenação de Zambelli: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta apenas o voto do ministro Luiz Fux para encerrar a votação.

A sessão virtual que analisa o caso termina nesta sexta-feira, 16. Se confirmada a condenação, Zambelli poderá cumprir pena de 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, além de perder o mandato e se tornar inelegível.

Delgatti, que já está preso preventivamente, também poderá ser condenado a 8 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, e ambos foram condenados a pagar uma indenização por danos morais coletivos.


A decisão do ministro Alexandre de Moraes de manter o julgamento de Carla Zambelli reforça a posição do STF em relação à gravidade dos crimes atribuídos à parlamentar. Com a maioria já formada pela condenação, o caso se encaminha para um desfecho que poderá resultar em significativas consequências políticas e jurídicas para Zambelli.

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