
O roteiro é conhecido: a placa chega primeiro, depois a máquina, o operário, a selfie, a legenda no Instagram… e então o sumiço. O que era para ser asfalto virou lama, e o que deveria ser progresso virou poça — de desilusão. Em Alagoinhas, o solo é fértil, mas parece ter virado terreno para plantação de promessa.
Gustavo Carmo, que conhece as entranhas da infraestrutura da cidade como ex-secretário, já devia saber: obra parada não pede voto, pede vergonha. Mas o que temos visto é o repeteco de um projeto de poder que só anda quando há holofote. Quando não há eleição no horizonte, as máquinas silenciam e os buracos falam mais alto.
O povo já aprendeu a lição: não se tapa cratera com discurso. A cidade precisa de mobilidade real, não só de rota política. Asfalto que não chega é promessa atolada, e gestão que não conclui obra é como carro sem tração: patina, gira, gira, e não sai do lugar. Alagoinhas não precisa de marketing com drone — precisa de obra com prazo.
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