Hélio Liborio
Hélio Liborio

Pitaco

Chama que o Prefeito Some

Português

As redes sociais de Alagoinhas estão em polvorosa: parece que na hora da propaganda, o prefeito “vem” rápido, mas diante do clamor popular, o sumiço é mais veloz que foguete junino. A saga dos ambulantes de Alagoinhas, que clamam por espaço e dignidade para trabalhar, é mais um capítulo vergonhoso da gestão que se especializou em prometer diante das câmeras e se esquivar nos bastidores.
É de causar vergonha alheia ver um gestor municipal utilizando a imagem de uma ambulante para fazer promessas públicas de inclusão, apenas para depois virar as costas para a categoria. A prática é antiga: enaltece-se o povo em discursos, mas na prática, a política pública é feita para poucos.
O São João de Alagoinhas corre sério risco de virar um espetáculo de palco bonito, mas de bastidores amargos. Quem constrói a festa é o povo — e sem povo, o que sobra é apenas propaganda vazia e promessas perdidas na fumaça dos fogos.
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O drama dos ambulantes de Alagoinhas evidencia uma falha estrutural na gestão pública do município: a desconexão entre promessas e ações concretas. Em vez de fortalecer a tradição popular e a economia informal, o poder público parece optar pela seletividade e pela falta de transparência. A poucos meses do maior evento da cidade, ainda há tempo para corrigir os rumos. Mas para isso é necessário mais do que slogans: é preciso presença real, respeito e compromisso verdadeiro com quem faz a festa acontecer.
Chama que o prefeito sumirá.

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