Hélio Liborio
Hélio Liborio

Pitaco

A Hipocrisia na Venda de Nossas Riquezas Minerais

Português

A recente aquisição da Mineração Taboca, operadora da mina de Pitinga no Amazonas, pela estatal chinesa China Nonferrous Metal Mining (CNMC), trouxe à tona um debate crucial sobre a exploração de recursos minerais estratégicos no Brasil. Embora a transação envolva predominantemente a extração de estanho, nióbio e tântalo, a presença de urânio em baixos teores na região levanta questões sobre a soberania nacional e o controle de recursos sensíveis.

É intrigante observar como a sociedade brasileira reage de forma veemente à simples menção de privatização ou terceirização de estatais como a Petrobras, mas permanece em silêncio ou demonstra ignorância diante da crescente influência estrangeira na exploração de nossas riquezas minerais, especialmente na Amazônia. Essa discrepância revela uma falta de crítica e filtro na polarização do debate público.

A mineração na Amazônia tem sido historicamente marcada pela presença de empresas transnacionais, que, em muitos casos, contribuem para a degradação ambiental e impactos sociais negativos. Relatórios apontam que mineradoras e investidores internacionais são cúmplices da destruição da Amazônia, exacerbando o desmatamento e afetando comunidades locais.

A venda da Mineração Taboca para a CNMC, uma empresa estatal chinesa, exemplifica a crescente influência do capital estrangeiro na exploração de recursos estratégicos brasileiros. Embora o urânio presente na mina de Pitinga esteja em concentrações baixas e não seja atualmente explorado comercialmente, a transferência de controle para uma entidade estrangeira suscita preocupações sobre a gestão futura desses recursos e a potencial perda de autonomia nacional.

É essencial que o Brasil desenvolva uma política mineral soberana e sustentável, que priorize os interesses nacionais e assegure a proteção do meio ambiente e das comunidades locais. A ausência de um debate público robusto e informado sobre a exploração de recursos minerais estratégicos, especialmente na Amazônia, perpetua a hipocrisia e a falta de coerência nas discussões sobre a soberania nacional.

Enquanto nos mobilizamos contra a privatização de estatais, devemos também direcionar nosso olhar crítico para a entrega silenciosa de nossas riquezas minerais a interesses estrangeiros. Somente assim poderemos construir uma nação verdadeiramente soberana e comprometida com o bem-estar de seu povo e a preservação de seu patrimônio natural.

Para aprofundar essa discussão, recomendo assistir ao pronunciamento do senador Plínio Valério, que critica a venda da mineradora à empresa chinesa e aborda as implicações dessa transação para a soberania nacional:

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