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Hélio Liborio

Pitaco

“Entre as promessas e o palco: Alagoinhas virou cenário de São João permanente”

Português

Quem visita Alagoinhas sem conhecer seus bastidores pode até se encantar com os fogos, os shows e os tapumes coloridos das reentregas. Mas quem mora aqui sabe: por trás do palco montado, o que temos é uma cidade desmontada.
É como se a cada mês a gestão tivesse que criar um evento para justificar sua existência. Não se governa mais com planejamento, se governa com cronograma de banda. Não se entrega cidade, se entrega microfone.
No Barreiro, bairro que pulsa a vida popular da cidade, tudo é “reentrega” com selfie. Mas cadê o posto de saúde 24h? Cadê a pista de atletismo? Cadê a biblioteca que já foi prometida três vezes?
E para completar o teatro, o governador — que deveria liderar uma gestão estadual proativa — aparece apenas para posar ao lado do prefeito, prometer e sumir. Como se a aliança política entre ambos servisse só para a foto, não para o povo.
É preciso parar de tratar evento como gestão, palco como política e festa como política pública. O povo merece mais que cachaça e música. Merece respeito.

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