Na noite desta quinta-feira (12), no estádio Cícero de Souza Marques, o Bahia aproveitou com precisão cirúrgica a expulsão precoce de Hurtado, do Bragantino, logo aos 8 minutos, para construir uma vitória categórica por 3 a 0. O triunfo recoloca o Esquadrão de Aço entre os seis primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, mas levanta questionamentos sobre até que ponto o resultado reflete qualidade e quanto decorre da vantagem numérica
Início explosivo: expulsão e gol
A expulsão de Hurtado, após cometer falta em Ademir já dentro da área e sendo o último homem, mudou o curso do jogo aos 8 minutos. Era um lance claro, mas o impacto foi maior ainda: já nos minutos finais do primeiro tempo, Luciano Juba abriu o placar para o Bahia
Na sequência, uma infelicidade do Bragantino — gol contra de Guilherme Lopes — ampliou a vantagem antes do intervalo, fornecendo ampla folga para a equipe baiana controlar o segundo tempo
Com o retorno do intervalo, Michel Araújo fechou o placar ao acertar belo chute de fora da área, aproveitando melhor adaptação física e tática
Interpretação tática e gestão de vantagem
Com um jogador a mais desde o início, o Bahia se recolheu de maneira estratégica: compactou o meio-campo, explorou transições rápidas e manteve bola e contexto sob domínio. O resultado: um time organizado, sem pressa, mas imponente.
O Bragantino, por outro lado, tentou remontar o sistema defensivo com substituições, porém foi incapaz de sustentar a pressão. Expostas, suas fragilidades ficaram claras já no primeiro tempo.
O triunfo ilustra o que se vê com frequência no futebol: times que sabem capitalizar expulsões frequentemente levam a melhor, mas isso não oculta a necessidade de competitividade real a 11 contra 11.
Impactos na tabela e perspectivas futuras
Com os três pontos, o Bahia salta duas posições e se reinstala no G6, com 21 pontos, mantendo-se constante até a pausa pela Copa do Mundo de Clubes
O Bragantino, por sua vez, desperdiça chance de ocupar a liderança, permanecendo com 23 pontos, atrás de Flamengo e Cruzeiro
O saldo desta vitória pode gerar impacto motivacional e confiança — ainda que a confirmação da qualidade só virá quando o Bahia encarar adversários equilibrados e em igualdade numérica.
Análise crítica: mérito ou resultado circunstancial?
Vencer é sempre válido — mas não se pode confundir mérito com oportunidade. A expulsão precoce ofereceu vantagem intensa ao Bahia, que soube explorar, mas será suficiente quando o azar não beneficiar?
Sem o adversário diminuído, resta às arquibancadas, jornalistas e analistas esperar partidas em que o Bahia mostre consistência independente de cartões.
Salta à vista que ainda há dependência em momentos-chave; o desafio será manter performance elevada a 11 jogadores, contra equipes mais compactas.
O Bahia ganhou com autoridade? Sim, em campo ficou evidente. Mas futebol não é matemática exata: hoje foi 3 a 0, amanhã pode ser outro placar — com expulsões ou sem. A torcida tem motivos para sonhar, mas equipe e comissão técnica precisam cultivar identidade além da vantagem numérica. Afinal, quem quer ir longe não busca catalisadores, mas consistência em depois…