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Hélio Liborio

Pitaco

No Jogo de 2026, a Única Certeza é a Bagunça

Português

O circo político para 2026 já abriu as cortinas e, pelo visto, o espetáculo será uma mistura de comédia e tragédia. Olhando para o cenário, o que se vê não é um xadrez, mas uma batalha campal, onde cada um dos “generais” da direita acredita ser o salvador da pátria. Zema, Caiado, Ratinho, Tarcísio… cada um com sua narrativa de “outsider” ou “gestor”, mas todos se movendo com uma agilidade de quem teme ficar para trás. O que eles não perceberam é que, enquanto disputam a atenção da viúva de um líder, Lula, o grande patriarca, apenas assiste de camarote. O caos na direita é o maior trunfo da esquerda.
O pitaco aqui é simples: essa corrida maluca da direita não é um sinal de força, mas de fragilidade. A ausência de um nome de consenso revela a incapacidade de um campo político de se reinventar. Em vez de unir forças, eles se pulverizam, cada um puxando a sardinha para seu lado, e o resultado pode ser a diluição total do poder de oposição. A “terceira via”, por sua vez, continua sendo uma fantasia. Os nomes que se aventuram nesse espaço não têm nem força para decolar, e o eleitorado, saturado, já se acostumou a viver nos extremos.
No fim das contas, a eleição não será decidida pelo melhor discurso, nem pela melhor gestão, mas por quem tiver mais sorte no tribunal. O verdadeiro protagonista deste enredo não é o Congresso, não é o Palácio do Planalto, é o Judiciário. O voto nas urnas pode até ter a palavra final, mas a decisão sobre quem pode ou não concorrer, sobre o que é ou não permitido na campanha, já está nas mãos de um punhado de togados. No Brasil, hoje, a política não se faz com votos, mas com decisões jurídicas.

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