
No Barreiro, onde o povo faz do campo de futebol sua catedral popular, o abandono fala mais alto que qualquer discurso em rede social. A Liga Desportiva resiste com a força da comunidade, mas o poder público parece tratar a praça esportiva como espaço descartável — serve para a foto, mas não para o investimento.
Refletores tortos, alambrados quebrados, banheiros precários, zero estrutura para acolher bem quem vende, quem torce, quem joga. Ao redor do campo, um vazio de ideias e de vontade política. Poderia ser praça, poderia ser saúde, poderia ser dignidade — mas vira paisagem de descaso. O Barreiro tem mais de 30 mil eleitores, mas parece ter menos peso que uma selfie em camarote de festa.
Enquanto isso, a prefeitura pinta a praça Hugo Dantas e entrega como se fosse obra de arte. E quando chegar a final do campeonato? Ah, aí sim: vai ter microfone, vai ter palanque, vai ter troféu, medalha e pose. Porque, quando o assunto é aparecer, “chama que o prefeito vem”. Mas para trabalhar de verdade, investir com responsabilidade e olhar para o Barreiro com o respeito que ele merece… aí, meu amigo, o prefeito some.
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