Durante a Abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, realizada em Brasília, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, abordou as críticas recebidas após sua intervenção em uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping. Ela enfatizou seu compromisso com a defesa dos direitos de mulheres e crianças, destacando que não permitirá que protocolos impeçam sua atuação em causas que considera fundamentais.
Participação de Janja na Reunião com Xi Jinping
Na semana anterior, durante um jantar oficial na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao líder chinês o envio de um representante para discutir questões digitais, especialmente relacionadas ao TikTok. Aproveitando a oportunidade, Janja pediu a palavra para expor preocupações sobre os impactos das redes sociais, como o TikTok, na vida de mulheres e crianças brasileiras. Ela ressaltou a importância de abordar os desafios do mundo digital e buscar soluções conjuntas para proteger os mais vulneráveis.
A intervenção de Janja foi recebida com atenção por Xi Jinping, que se comprometeu a enviar um representante para aprofundar as discussões sobre o tema. A iniciativa foi vista como um passo importante na cooperação entre Brasil e China em assuntos digitais e de proteção social.
No entanto, o vazamento da conversa gerou críticas à atuação da primeira-dama, acusando-a de quebrar protocolos diplomáticos. Em resposta, Janja afirmou que sua prioridade é a defesa dos direitos humanos e que não se calará diante de questões que envolvam a segurança e o bem-estar de mulheres e crianças.
Repercussão e Defesa de Janja
A fala de Janja gerou ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais. Enquanto alguns setores aplaudiram sua postura proativa, outros questionaram sua intervenção em um evento diplomático de alto nível. Em entrevista à CNN Brasil, Janja expressou sua indignação com o vazamento da reunião e apontou elementos de machismo e misoginia nas críticas recebidas.
“Vejo machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu”, declarou a primeira-dama. Ela também lamentou que a amplificação dessas críticas tenha contado com o engajamento de mulheres, destacando a necessidade de sororidade e apoio mútuo na luta por igualdade de gênero.
O presidente Lula saiu em defesa da esposa, esclarecendo que foi ele quem iniciou a conversa sobre o TikTok com Xi Jinping e que Janja apenas complementou a discussão com informações relevantes sobre a realidade brasileira. Ele enfatizou que a contribuição da primeira-dama foi pertinente e bem recebida pelo líder chinês.
Implicações para a Diplomacia e a Política Nacional
A atuação de Janja levanta questões sobre o papel das primeiras-damas em eventos diplomáticos e a flexibilidade dos protocolos tradicionais. Sua intervenção destaca a possibilidade de uma abordagem mais engajada e participativa por parte de figuras que, embora não ocupem cargos eletivos, possuem influência significativa na esfera pública.
Além disso, o episódio evidencia a necessidade de revisão dos protocolos diplomáticos para permitir uma maior inclusão de vozes diversas, especialmente em temas que transcendem fronteiras e afetam diretamente a sociedade civil. A participação ativa de Janja pode servir como precedente para futuras atuações de primeiras-damas e outras figuras públicas em questões de interesse nacional e internacional.
No cenário político interno, a postura de Janja fortalece a imagem do governo em relação ao compromisso com os direitos humanos e a proteção de grupos vulneráveis. Sua atuação pode influenciar positivamente a percepção pública sobre as prioridades da administração atual, especialmente no que diz respeito à igualdade de gênero e à segurança digital.
