Em 12 de maio de 2025, a Petrobras divulgou a aprovação da distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, referentes ao primeiro trimestre do ano. A decisão, tomada pelo conselho de administração da estatal, reflete o desempenho financeiro da empresa no período, que registrou um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões, representando um aumento de 48,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior .
Detalhes da distribuição de dividendos
A distribuição será realizada em duas parcelas. A primeira, no valor de R$ 0,45458310 por ação, será disponibilizada em 20 de agosto de 2025, na forma de juros sobre capital próprio. A segunda parcela, a ser paga em 22 de setembro de 2025, terá o mesmo valor por ação, composta por R$ 0,30844749 em dividendos e R$ 0,14613560 em juros sobre capital próprio .
O governo federal, como acionista majoritário, receberá 28,67% do total distribuído, o que equivale a aproximadamente R$ 3,36 bilhões. Esse montante poderá ser utilizado para reforçar o caixa do Tesouro Nacional ou para investimentos em áreas prioritárias.
A decisão de distribuir dividendos ocorre em um contexto de aumento nos investimentos da Petrobras, que totalizaram US$ 4,1 bilhões no primeiro trimestre, com foco em projetos do pré-sal, especialmente nos campos de Búzios e Atapu .
Desempenho financeiro e operacional
O lucro líquido de R$ 35,2 bilhões registrado no primeiro trimestre de 2025 representa um aumento de 48,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi impulsionado por eventos não recorrentes, como variações cambiais. Sem esses efeitos, o lucro teria sido de R$ 23,6 bilhões, uma queda de 12,1% .
O EBITDA ajustado foi de R$ 61 bilhões, um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas dos analistas, que previam R$ 62,9 bilhões. A receita líquida cresceu 4,6%, totalizando R$ 123,1 bilhões, ligeiramente abaixo das projeções .
A produção de petróleo e gás natural da empresa teve uma leve queda de 0,2%, atingindo 2,77 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Esse desempenho está alinhado com os desafios operacionais enfrentados pela companhia e pelo setor de energia como um todo.
Repercussões no mercado e entre acionistas
A decisão de distribuir dividendos foi bem recebida pelos acionistas, especialmente após episódios anteriores em que a suspensão de dividendos extraordinários resultou em perdas significativas no valor de mercado da empresa. Em março de 2024, por exemplo, a Petrobras perdeu R$ 55 bilhões em valor de mercado após anunciar a não distribuição de dividendos extraordinários .
A atual distribuição demonstra o compromisso da empresa em equilibrar investimentos e retorno aos acionistas. O aumento nos investimentos, especialmente em projetos do pré-sal, indica uma estratégia de longo prazo focada na sustentabilidade e na geração de valor.
Analistas de mercado observam que a política de dividendos da Petrobras está sendo ajustada para atender às expectativas dos investidores, ao mesmo tempo em que mantém a saúde financeira da empresa. A transparência e a previsibilidade nas decisões são vistas como fatores positivos para a confiança do mercado.
A distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio pela Petrobras reflete o desempenho financeiro robusto da empresa no primeiro trimestre de 2025. A decisão equilibra o retorno aos acionistas com o aumento dos investimentos em projetos estratégicos, sinalizando uma gestão focada na sustentabilidade e na geração de valor a longo prazo. A resposta positiva do mercado indica confiança na direção adotada pela companhia.