Hélio Liborio
Hélio Liborio

Senado aprova novo símbolo de acessibilidade para representar todas as deficiências

O Senado Federal aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei 2.199/2022, que substitui o tradicional símbolo da cadeira de rodas pelo Símbolo Internacional de Acessibilidade, criado pela ONU em 2015, visando representar de forma mais inclusiva todas as pessoas com deficiência.

Em 29 de abril de 2025, o Senado Federal deu um passo significativo rumo à inclusão ao aprovar, por unanimidade, o Projeto de Lei 2.199/2022. A proposta visa substituir o tradicional Símbolo Internacional de Acesso, representado por uma cadeira de rodas, pelo Símbolo Internacional de Acessibilidade, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. A mudança busca representar de forma mais abrangente todas as pessoas com deficiência, não se limitando apenas àquelas com mobilidade reduzida.


A nova representação da acessibilidade

O novo símbolo, concebido pela ONU, apresenta a figura de uma pessoa dentro de um círculo, simbolizando a inclusão de todas as deficiências, sejam físicas, sensoriais, intelectuais ou múltiplas. A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), relatora da Lei Brasileira de Inclusão, destacou que a substituição do símbolo é uma evolução necessária para refletir a diversidade das deficiências existentes na sociedade. Ela enfatizou que a imagem da cadeira de rodas não contemplava adequadamente pessoas com deficiências visuais, auditivas ou intelectuais.

A proposta altera a Lei 7.405, de 1985, que trata da colocação de símbolos indicativos de acessibilidade em locais públicos e privados. Com a aprovação, o novo símbolo deverá ser utilizado em faixas de circulação, pisos táteis direcionais e de alerta, além de mapas ou maquetes táteis em locais de acesso público. A substituição das placas de sinalização deverá ocorrer em até três anos após a publicação da lei.

O projeto também prevê que a identificação será colocada nos locais ou serviços que possibilitem de fato o acesso, a circulação e a utilização por qualquer pessoa com deficiência. A senadora Gabrilli ressaltou que a mudança vai além da substituição de placas, representando uma transformação na mentalidade da sociedade em relação à inclusão e ao respeito às diferenças. Ela afirmou que é necessário olhar para a diversidade humana com mais responsabilidade e empatia.


Implicações práticas da nova legislação

Além da substituição do símbolo, o projeto estabelece diretrizes para a acessibilidade em espaços públicos. Entre as medidas, destacam-se a obrigatoriedade de pisos com superfície regular, estável e antiderrapante, com inclinação transversal não superior a 3% em áreas externas. Também são exigidos percursos com pisos táteis direcionais e de alerta, perfeitamente encaixados, integrados e sem desníveis em seu contorno.

Outra inovação é a exigência de mapas ou maquetes táteis com informações sobre os locais mais utilizados, como banheiros e restaurantes, visando atender às pessoas com deficiência visual. Essas medidas têm como objetivo garantir a autonomia e a segurança das pessoas com deficiência em sua locomoção e utilização de espaços públicos. A senadora Gabrilli enfatizou que essas adaptações fazem toda a diferença para quem é cego, tem baixa visão ou precisa desses recursos para se orientar.

O projeto também permite ao Poder Executivo escolher o órgão responsável pela regulação e atualização do material de referência e de ensino sobre a sinalização em estacionamentos. Inicialmente, a proposta previa que essa função seria do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), mas uma emenda do relator possibilitou essa flexibilização. Essa medida visa facilitar a implementação das novas diretrizes de acessibilidade em todo o país.

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