
A terceira Copa Inovação do Mangalô termina com uma mensagem clara: as mulheres estão em campo e não irão sair. A festa foi linda, a disputa foi leal, o público esteve presente. Mas ainda falta muito. Falta estrutura, falta reconhecimento em igualdade e, sobretudo, falta memória.
Onde está o arquivo histórico do futebol feminino de Alagoinhas? Quem documenta, quem registra, quem valoriza as trajetórias dessas atletas? Quando o organizador Cabeça fala da seleção das melhores, ele aponta para um futuro que já pode estar atrasado se não for cuidado desde agora.
O Pitaco de hoje não é só um elogio à organização ou ao talento das atletas. É um chamado. Que essa terceira edição não seja uma exceção, mas uma constante. Que a promessa da igualdade nas premiações se concretize. Que a seleção das melhores seja feita, registrada, valorizada. E que os homens, em suas posições de poder, aprendam com elas a resistir com garra e dignidade.
A Copa Inovação do Mangalô foi mais do que um evento esportivo. Foi um manifesto silencioso em cada passe, cada gol e cada grito da torcida. Um manifesto contra o esquecimento. Um grito por justiça no campo e fora dele.
Que a próxima edição não precise pedir o que já deveria ser direito: respeito, estrutura e igualdade.
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