A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) finalmente concretizou um dos maiores desejos recentes do futebol nacional: Carlo Ancelotti será o novo técnico da Seleção Brasileira. A confirmação veio após intensas negociações conduzidas com discrição, envolvendo diretamente o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e os intermediários Álvaro Costa e Diego Fernandes. O italiano assumirá o comando da equipe a partir da Data FIFA de junho, após encerrar sua passagem pelo Real Madrid.
Negociação Discreta e Estratégica
Desde o início, a CBF adotou uma postura cautelosa nas tratativas com Ancelotti. A intenção era evitar qualquer atrito com o Real Madrid, clube que o técnico ainda comanda até o fim da temporada. Para isso, foram designados intermediários de confiança, como Álvaro Costa, conhecido por sua atuação no mundo do futebol e por sua fluência em português, e Diego Fernandes, que conduziram as conversas na Espanha.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, manteve contato direto com Ancelotti, reforçando o interesse da entidade em contar com o italiano no comando da Seleção. As negociações retomaram os termos acordados em 2023, quando Ancelotti chegou a assinar um termo de compromisso, mas acabou renovando com o Real Madrid devido à intervenção que afastou Rodrigues do cargo na época.
O acerto atual prevê que Ancelotti assuma a Seleção após o término do Campeonato Espanhol, em 25 de maio. O técnico já confidenciou a jogadores do Real Madrid sua decisão de deixar o clube, e a expectativa é que ele desembarque no Brasil no dia seguinte para iniciar os trabalhos.
Desafios e Expectativas
A chegada de Ancelotti à Seleção Brasileira representa uma tentativa de resgatar o prestígio e a competitividade da equipe nacional. Após a saída de Dorival Júnior, que assumiu o Corinthians, a CBF buscava um nome de peso para liderar o time rumo à Copa do Mundo de 2026. A escolha pelo italiano reflete a aposta em sua experiência e sucesso no comando de grandes clubes europeus.
Ancelotti terá a missão de integrar jovens talentos, como Endrick, e estrelas consolidadas, como Vinícius Júnior e Neymar, caso este esteja em condições físicas adequadas. A expectativa é que o novo técnico traga uma filosofia de jogo que una disciplina tática e criatividade, características marcantes do futebol brasileiro.
Além disso, Ancelotti precisará lidar com a pressão de resultados imediatos, especialmente nos amistosos contra Equador e Paraguai, marcados para junho. Esses jogos servirão como termômetro para avaliar o início de sua gestão e a receptividade de jogadores e torcedores ao seu comando.
Aspectos Contratuais e Financeiros
O contrato de Ancelotti com a CBF prevê um salário anual de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 64,5 milhões), valor semelhante ao que ele recebe atualmente no Real Madrid. O vínculo inicial vai até a Copa do Mundo de 2026, com possibilidade de extensão até 2030, dependendo dos resultados e do desempenho da equipe.
A CBF optou por não envolver empresários que agenciem jogadores na negociação, visando evitar conflitos de interesse. Essa decisão reforça o compromisso da entidade em manter a transparência e a ética no processo de contratação do novo técnico.
A assinatura oficial do contrato está prevista para ocorrer após o término da temporada europeia, quando Ancelotti estará livre de suas obrigações com o Real Madrid. A partir daí, ele poderá se dedicar integralmente à preparação da Seleção Brasileira para os desafios que virão.
Repercussão e Reações
A confirmação de Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira gerou grande repercussão no meio esportivo. Ex-jogadores, técnicos e comentaristas destacaram a importância da contratação e as expectativas em torno do trabalho do italiano. A torcida, por sua vez, demonstrou entusiasmo nas redes sociais, celebrando a chegada de um treinador renomado.
No Real Madrid, a saída de Ancelotti será sentida, especialmente pelos jogadores brasileiros que atuam no clube, como Vinícius Júnior, Rodrygo e Éder Militão. A relação próxima entre o técnico e esses atletas pode facilitar a transição para a Seleção e contribuir para a coesão do grupo.
A imprensa internacional também repercutiu a notícia, destacando o desafio que Ancelotti enfrentará ao assumir uma seleção nacional pela primeira vez. Analistas apontam que sua experiência em clubes de alto nível pode ser um diferencial na condução da equipe brasileira.
