Hélio Liborio
Hélio Liborio

Trump registra a pior aprovação em 100 dias de mandato em 80 anos, aponta pesquisa

Levantamento revela que Donald Trump atingiu a menor taxa de aprovação popular para um presidente americano em seus primeiros 100 dias no cargo em oito décadas.

O índice de aprovação de um presidente nos primeiros cem dias de governo é tradicionalmente visto como um termômetro inicial da confiança popular e da expectativa sobre sua liderança. Donald Trump, no entanto, contrariou o padrão histórico ao registrar o pior índice de aprovação em 80 anos, segundo pesquisa recente. O dado lança luz sobre o início conturbado de sua gestão e evidencia os desafios enfrentados por uma administração polarizadora, tanto no cenário doméstico quanto internacional.

A marca histórica da desaprovação

De acordo com a pesquisa divulgada, Donald Trump encerrou seus primeiros cem dias de mandato com apenas 42% de aprovação popular. Trata-se do pior desempenho registrado para um presidente americano desde a década de 1940, período em que começaram a ser monitoradas as avaliações dos mandatários nesse marco simbólico.

Comparativamente, seus antecessores, incluindo Barack Obama e George W. Bush, obtiveram índices superiores a 60% no mesmo período. A baixa aprovação de Trump reflete não apenas a rejeição de parte do eleitorado a suas políticas iniciais, mas também sua postura agressiva nas redes sociais e seu estilo confrontativo em relação à imprensa e opositores.

Esse dado histórico sugere que Trump inaugurou uma nova fase na política americana, em que a divisão e a controvérsia ocupam lugar central, alterando o padrão tradicional de “lua de mel” entre novos presidentes e a opinião pública.

As causas da rejeição popular

Entre os fatores que explicam a baixa popularidade de Donald Trump estão suas polêmicas medidas executivas, como a tentativa de restringir a entrada de imigrantes de países majoritariamente muçulmanos. Tal ação gerou uma série de protestos e embates judiciais, projetando uma imagem de governo instável logo nos primeiros meses.

Outro elemento relevante foi o fracasso na tentativa de revogar o “Obamacare”, programa de assistência à saúde implementado por seu antecessor. A falta de articulação política para aprovar reformas estratégicas no Congresso contribuiu para a percepção de ineficácia administrativa.

Por fim, o comportamento errático de Trump nas redes sociais, somado a conflitos com líderes internacionais e denúncias envolvendo sua campanha eleitoral, também pesaram negativamente na avaliação pública, reforçando a imagem de um governo cercado de controvérsias.

Comparações com outros presidentes

A comparação com presidentes anteriores evidencia o quão destoante foi o início da administração Trump. Enquanto Franklin D. Roosevelt, John F. Kennedy e Ronald Reagan consolidaram lideranças carismáticas em seus primeiros cem dias, Trump se viu imerso em conflitos internos e externos.

Barack Obama, por exemplo, iniciou seu mandato com índices superiores a 65% de aprovação, impulsionado pela esperança de mudança e pelo contexto de superação da crise financeira. George W. Bush, mesmo após uma eleição controversa em 2000, alcançou boa aprovação inicial, reforçada posteriormente pelos acontecimentos do 11 de setembro.

Já Trump, com sua retórica agressiva e suas políticas polarizadoras, parece ter acelerado um processo de divisão social que, embora já estivesse em gestação, ganhou contornos dramáticos sob sua liderança, como a pesquisa agora confirma.

O impacto no cenário político

O baixo índice de aprovação de Trump nos primeiros cem dias teve efeitos imediatos sobre a dinâmica política americana, gerando desconfiança tanto no Partido Republicano quanto entre aliados internacionais. A dificuldade em aprovar projetos estratégicos no Congresso revelou as fissuras internas dentro do próprio partido.

Além disso, a baixa popularidade inicial enfraqueceu a posição de Trump nas negociações diplomáticas, especialmente em temas sensíveis como acordos comerciais e tratados de segurança. Líderes estrangeiros passaram a adotar posturas mais cautelosas diante da imprevisibilidade do governo americano.

No cenário doméstico, a desaprovação alimentou movimentos de oposição e impulsionou protestos em diversas cidades do país, tornando a resistência a Trump uma força política organizada desde os primeiros momentos de sua presidência.

Perspectivas futuras

Apesar do início conturbado, a trajetória de Trump à frente da presidência ainda reservava reviravoltas, como a recuperação parcial de sua base em determinados momentos, especialmente após medidas de forte apelo nacionalista. Entretanto, o início difícil selou sua marca como um presidente profundamente divisivo.

Historicamente, presidentes que começam com alta popularidade tendem a ter maior margem de manobra para implementar suas agendas. No caso de Trump, o oposto ocorreu: a desaprovação precoce restringiu suas opções e o levou a adotar uma postura ainda mais agressiva, dobrando a aposta em sua base eleitoral mais fiel.

O registro histórico de seus cem primeiros dias permanece como um dos indicadores mais simbólicos das dificuldades enfrentadas por sua administração e antecipa a narrativa que o acompanharia até o fim de seu mandato.

A pior aprovação presidencial em 100 dias de mandato em 80 anos não é apenas uma estatística desfavorável para Donald Trump, mas um marco simbólico da transformação política que atravessa os Estados Unidos. Em tempos de polarização extrema, a popularidade inicial dos presidentes se tornou mais vulnerável a ataques, críticas e desconfiança, refletindo um novo paradigma na relação entre líderes e sociedade. No caso de Trump, sua rejeição precoce selou seu estilo de governo: combativo, disruptivo e, sobretudo, profundamente polarizador.

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