Hélio Liborio
Hélio Liborio

STF Torna Réus Seis Aliados de Bolsonaro por Tentativa de Golpe de Estado

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou por unanimidade a denúncia contra seis aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. Os réus responderão por cinco crimes, incluindo organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.​

Em 22 de abril de 2025, o STF avançou no julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado que visava manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. A Primeira Turma da Corte aceitou, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seis integrantes do chamado “núcleo de gerência” do plano golpista. Com isso, o número de réus no processo sobe para 14, incluindo o ex-presidente e outros aliados já denunciados anteriormente.​


Os Réus e as Acusações

Os seis denunciados são: Fernando de Sousa Oliveira, Filipe Garcia Martins, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques. Segundo a PGR, eles integravam o núcleo responsável por coordenar ações logísticas e operacionais para a execução do golpe. As acusações incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado.​

A pena máxima para esses crimes, somada, pode ultrapassar 40 anos de prisão. Os réus negam as acusações e alegam que não tiveram acesso a todas as provas apresentadas pela acusação. A defesa de Mário Fernandes, por exemplo, afirma que não há evidências concretas de sua participação em qualquer plano golpista.​

Apesar das alegações das defesas, os ministros do STF consideraram que há indícios suficientes para a abertura da ação penal. A decisão unânime reflete a gravidade dos fatos e a necessidade de apuração rigorosa dos eventos que culminaram nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.​


O Julgamento e as Repercussões

O julgamento ocorreu sem tumultos e com presença reduzida de público, contrastando com sessões anteriores mais acaloradas. Apenas um deputado federal acompanhou a sessão da Primeira Turma do STF. A ausência de manifestações pode indicar um arrefecimento do apoio público aos envolvidos ou uma estratégia de contenção por parte dos aliados do ex-presidente.​

A decisão do STF foi bem recebida por setores que defendem a responsabilização dos envolvidos nos atos antidemocráticos. Organizações da sociedade civil e entidades de defesa dos direitos humanos destacaram a importância do julgamento para a preservação do Estado Democrático de Direito. Por outro lado, aliados de Bolsonaro criticaram a decisão, alegando perseguição política e questionando a imparcialidade da Corte.​

O avanço do processo penal contra os envolvidos na tentativa de golpe representa um marco na história recente do Brasil. A responsabilização dos autores intelectuais e operacionais dos atos de 8 de janeiro de 2023 é vista como essencial para a consolidação da democracia e para evitar a repetição de episódios semelhantes no futuro.​

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