O prefeito de Salvador, Bruno Reis, respondeu às críticas do governador Rui Costa sobre a morte de uma mulher em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da capital baiana. A repercussão do caso, que gerou indignação e debate sobre a situação da saúde pública na cidade, levou a um embate público entre os dois principais líderes políticos do estado. As declarações de ambos os lados acirraram o tom da discussão, com acusações de omissão e de instrumentalização política da tragédia.
Bruno Reis nega omissão na tragédia
Bruno Reis refutou as acusações de omissão por parte da prefeitura no caso da morte na UPA. Em entrevista coletiva, o prefeito apresentou dados sobre investimentos em saúde na cidade, destacando a ampliação do número de leitos e a contratação de novos profissionais. Ele argumentou que a tragédia, embora lamentável, não reflete a realidade do sistema de saúde como um todo. A prefeitura, segundo Reis, trabalha continuamente para melhorar os serviços oferecidos à população.
O prefeito também ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo município em relação à demanda por serviços de saúde, lembrando que a UPA em questão atende a uma grande população e frequentemente opera com lotação máxima. Ele afirmou que a prefeitura está investindo em novas unidades e na ampliação da capacidade das existentes, buscando soluções a longo prazo para o problema. A gestão municipal, disse ainda, já havia iniciado um processo de melhorias na UPA antes mesmo do ocorrido.
Reis finalizou suas declarações reafirmando o compromisso da prefeitura em apurar as circunstâncias da morte da paciente e em tomar as medidas necessárias para evitar novas tragédias. Ele anunciou a abertura de um inquérito administrativo para investigar a atuação dos profissionais da UPA e garantiu que os responsáveis serão responsabilizados caso sejam encontradas falhas no atendimento. A transparência, segundo ele, será fundamental nesse processo.
Governador é acusado de politizar a dor
O prefeito Bruno Reis acusou o governador Rui Costa de politizar a dor da família da vítima e da população de Salvador. Ele afirmou que as críticas do governador, feitas em redes sociais, visam apenas a atingir politicamente sua administração. Reis destacou que a responsabilidade pela saúde da população é compartilhada entre os governos estadual e municipal, e que a postura de Rui Costa demonstra falta de sensibilidade e respeito ao momento de luto.
Para Bruno Reis, as declarações de Rui Costa se mostraram prematuras e irresponsáveis, considerando que a investigação sobre as causas da morte ainda não foi concluída. Ele argumentou que o governador deveria focar em auxiliar na resolução do problema da saúde pública em vez de utilizar a tragédia como arma política. A utilização de dados estatísticos incompletos, segundo o prefeito, compromete a credibilidade das afirmações do governador.
O prefeito também lembrou os investimentos feitos pelo governo estadual na saúde de Salvador nos últimos anos, questionando a ineficácia das políticas públicas estaduais, considerando o cenário atual do sistema de saúde na cidade. Ele enfatizou que a cooperação entre os dois governos é fundamental para garantir um atendimento de qualidade à população, e que as divergências políticas não devem prejudicar a busca por soluções para problemas tão sérios. A busca por um consenso, portanto, deve ser priorizada.
A situação expôs as fragilidades do sistema de saúde e a necessidade urgente de investimentos e melhorias para evitar novas tragédias. A busca por responsabilidades e o debate acirrado entre os políticos, porém, não devem ofuscar a prioridade de garantir o melhor atendimento possível à população. O foco, agora, deve estar na prevenção de futuras ocorrências.
